sábado, 25 de dezembro de 2010

ORESTES QUÉRCIA



UM HOMEM À FRENTE DE SEU TEMPO

Com todo direito à licença poética,como diriam os intelectuais,vou dr meu testemunho sobre o maior político caipira que São Paulo já teve.Como jovem ancião,abaixo dos 70 anos,a memória já pode ter pouca pilha...
Durante a administração de Jaime Carrasco,tive o privilégio de frequentar o Palácio do Governo por um bom período.Egmar De Pieri,misto de vereador e funcionário do Estado,foi muitas vezes nosso anfitrião.
Um dos episódios marcantes foi a encampação do velho Hospital Santa Rita,hoje o Hospital Regional.Um grupo foi ao Palácio resolver a questão.O secretário da Saúde,José Pinotti,lá estava sabendo detalhes do assunto.
Não sei se a placa alusiva ao fato continua no Hospital,justa homenagem ao ilustre médico.
O governador Orestes Quércia atendeu o prefeito Jaime Carrasco,fazendo questão da presença de todo o grupo.De imediato,foi liberada a primeira parcela para a desapropriação do Hospital.E Quércia com seu jeito caipira,disse mais ou menos isso:"Prefeito,a Prefeitura é longe do Hospital...vá à pé até lá,com esse seu povo e um monte de gente vai seguir atrás,para ver o que está acontecendo...Pronto,não precisa nem de jornal.Todo mundo vai ficar sabendo..."
Fórmula certeira,dito e feito.E Jaime fez da Saúde a menina dos olhos.E quando lá aparecia,era de sopetão,de improviso,sem aparato.
De outra feita,em solenidade no Palácio,no meio da prefeitada importante,chamou o Jaime para falar,porque era homem também do interior.
O legado de Quércia para a cidade foi grande.Além da Saúde,o CEFAM(hoje Escola Profissionalizante),as primeiras casas populares,recursos para diversas escolas,entre outras coisas.
E Quércia somente não chegou a Presidente,no auge de seu prestígio em 89,quando por lealdade cedeu a candidatura para Ulysses Guimarães.E deu Collor e o resto é outra história...
Tempos depois,teve a sua biografia em livro,"O homem de Pedregulho".A noite de autógrafos foi na Livraria Cultura,no Conjunto Nacional,na av.Paulista,em SP.
Fui preparado para longa fila.Quase ninguém...No livro de presença,número 28.Quércia atendia a todos com um "Como vai?".Eu até imaginei que era genérico,quando ele disse:"Como vai Itanhaém?",a fila andou.
Surpresa maior quando,após alguns dias,recebi cartão assinado:"Amigo,obrigado pela presença".
E para acabar,ouvi de um correligionário da época(a expressão ainda existe?):"O MDB,o manda-brasa está no Céu:Ulysses,Pinotti,Quércia,até Zwarg.
Aqui sobrou o PMDB de Michel Temer,Sarney e cia..."

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