#Para evitar os perueiros,a Rodoviária tem dificultado o embarque e desembarque na rodoviária.Uma sugestão seria Zona Azul de 30 minutos,renováveis,o que evitaria o uso do local de forma irregular.Fica ai a idéia.
#Tipos Inesquecíveis
Estórias para o novo livro de João
Joãozinho Carrasco,como dizem os amigos,tem um novo livro no prelo.E em conversas informais,falou-se de “Tipos inesquecíveis”,não do Texas ou da Califórnia.Por lá,só Romeu Sciamarella.
O gancho são as tradicionais narrativas com o mesmo título da também tradicional “Seleções”(Reader Digest).
Não falaremos de Dona Nena,do guarda Belo(Almir) e de Machadinho,aquele mesmo dos velhos torneios de pesca do Cibratel.Estes merecem um capítulo à parte,no resgate da Santa,a Virgem de Anchieta do Museu de Arte Sacra de São Paulo.
Agora citamos histórias inenarráveis,com Júnior e outros.Júnior,um misto de “guarda de trânsito,locutor da rádio Anchieta e fiscal da Breda”.Júnior também adorava freqüentar a velha Prefeitura,hoje Biblioteca Paulo Bonfim e o escritório de advocacia que João Carrasco dividia,na época,com Fasciollo.
Júnioe pe um simpático cão vadio,quase todos os dias “marcava ponto” no local.E Fasciollo teve uma excelente idéia,transformar Júnior em uma espécie de office boy .E João dizia:”Cuidado...”
Mas Fasciollo insistiu na empreitada e orientava Júnior:”Estes são documentos importantes.Leve-os ao Fórum,não pare pelo caminho.Só os entregue ao Guto,pois lá só tem “tantã”...E Júnior,sério na empreitada.E um belo dia,topou no saguão com nada mais,nada menos do que o Juiz da Comarca.Este, que também conhecia bem a figura,brincou com o “boy”:”Olá,Júnior.Bom dia.Posso ajuda-lo?”
E este respondeu:”Só o Guto,o senhor não,porque aqui só tem tantã”.
E dizem que o Juiz telefonou ao Fasciollo e brincou:”Instrua melhor os seus funcionários,pois eles às vezes são indiscretos.”
E a curta carreira de office boy de Júnior encerrou-se naquele dia.
Júnior deixou sua marca também em outros episódios.Como “guarda de trânsito”,ficava próximo do Colibri,dando bronca nos turistas incautos que estacionavam mal.Falava “na moral” e às vezes arranjava aquela confusão.
Freqüentava diariamente o programa de Sobral na Rádio Anchieta,ainda no Centro.
E quando o horário esportivo terminava,pegava o microfone desligado e começava o “seu discurso”.
Um dia,o maior susto.Quando Sobral e outros já estavam no Manequinho e no bar da Janette,ouviu-se o Júnior dizendo tudo o que “tinha direito”.Por esquecimento ou de sacanagem,o operador de mesa deixou o microfone no ar.Aquela confusão.
E como “fiscal da Breda”,tumultuava todo o embarque,ainda na João Mariano,gritando,”Santos,Peruíbe,São Paulo”,sem saber o destino certo do ônibus.Mais confusão.
E as travessuras não paravam por ai.Um dia,na Secretaria de Turismo,recebo um telefonema de um oficial do comando da Polícia Militar,dizendo que uma pessoa “meio estranha” estava lá com o meu cartão,pedindo a banda para uma apresentação em Itanhaém.Pedi ao oficial que embarcasse o Júnior de volta.Na época,a Rodoviária de São Paulo ainda era no Centro,não longe da PM,que ficava junto à velha Casa de Detenção na região da Luz.Júnior chegou até lá com a conivência de algum motorista da Breda.Coincidência ou não,quando pedimos oficialmente a banda,fomos prontamente atendidos.
E Júnior logo se entusiasmou com os músicos e no dia do show,lá estava ele trepado no palco,em plena Praça da Matriz.Deixa saudade.
Outra figura ímpar era Miguel Loco,protegido pelo seu xará,o prefeito Miguelzinho.Adorava uma farda e a Festa do Divino,como o prefeito.E também se metia em encrencas.Costumava dormir em um puxadinho nos fundos do escritório da arquiteta Luciana Zion,onde hoje é a Droga São Paulo.Certa tarde,apareceu correndo como um “loco”,pulou o muro e foi se esconder em seu cantinho.Um bando estava atrás dele.César e eu impedimos que os perseguidores invadissem o quintal.E eu disse:”é um coitado”.
E um dos perseguidores retrucou:”Coitado?Mas foi pra cima da minha mulher!”
Quando a “vítima” apareceu,foi pensamento geral,Miguel é loco,mas não é de ferro.Morreu como gostava de viver,com uma velha farda.
Outras figuras ímpares andavam por ai,como Pedro e Maria.Catavam lata e jornal para sobreviver.Faziam ponto na velha fonte da Praça.Ele de algumas letras,lia todos os jornais velhos.E quando alguém passava,comentava com toda sabedoria:”Obama ganhou as eleições,o terremoto do Japão foi sério,Dilma foi eleita”,como se tais fatos tivessem acontecido no dia.E o casal tinha conversa para mais de metro,como o Manequinho em sua cátedra de barbeiro.
Desse povo,só sobrou o Sabiá,vendendo banana e marisco e dividindo sua pouca comida com o seu amigo cão.Da velha bicicleta,não sobrou quase nada.E dizem que ele foi muito bom de bola.Talvez um Neymar que não deu certo...
E o outro nome a lembrar é o "Lata".Incentivado por Odinei e Pezão,ele bancava o locutor de campo com sua embalagem de óleo Maria,pintada como rádio transmissor,nos grandes jogos do Campão dos velhos tempos...
E encomendando todos os que se vão,no cemitério do Coronel,tem uma figura,misto de padre e pastor,que na falta dos mesmos,por uns trocados,encomenda a alma do finado.Para o céu ou inferno,dizem,dependendo da gorjeta...
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