domingo, 17 de março de 2013

Sei que Deus tem uma missão para cada um de nós,um tempo para percorrermos a estrada,para escrevermos nossa história.Mas nunca pensamos na morte e quando Deus chama alguém próximo de nós,alguém que amamos,a dor e a saudades são enormes.
Mas além disso,no caso de meu pai,ficamos com uma sensação de que ele se foi antes da hora,devido a uma série de "intercorrências"(termo usado pelos médicos que o assistiam) que surgiram após a cirurgia de retirada do rim,atacado por um câncer.Internou-se no dia 1 de fevereiro para sofrer a 1° cirurgia no dia seguinte.Recebeu alta dia 12 de fevereiro,uma terça de Carnaval,muito debilitado e dia 15 de fevereiro teve que se internar novamente,não mais saindo de lá.Sofreu uma segunda cirurgia no dia 20,devido à ruptura de intestino.Teve septicemia,foi sedado e entubado,permanecendo assim até segunda passada,quando teve uma melhora que nos animou,apesar da traqueostomia que teve que sofrer.De repente,na quinta passada,voltam a dar os antibióticos,o soro,quando o visitamos na UTI(todo este tempo,um mês,passou na UTI) meu pai estava muito mal,disseram que fariam uma terceira cirurgia para costurar os pontos da colostomia que haviam se soltado.Eu argumentei que ele não aguentaria uma terceira cirurgia,o médico dele garantiu que seria algo simples,sem risco.A cirurgia seria na sexta à noite ou no sábado de manhã.Segundo o médico da UTI,não fizeram nada,pois sofreu 3 paradas cardíacas na sexta,por volta das 22 horas.
Ficamos cheios de dúvidas.O por quê desta piora,destas paradas cardíacas,já que sua pressão estava controlada,seu coração bom,o por quê da volta da infecção...
O médico responsável pelo meu pai foi um profissional atencioso e competente,mas o atendimento de certo médico da UTI foi de uma estupidez e frieza inimagináveis,sem falar na displicência de certos enfermeiros.De nada adianta um Hospital "Top of Mind" se certos profissionais não estiverem à altura.E os pacientes ficam à mercê destes profissionais,impotentes.Quando se entra num hospital,qualquer um,ficamos refém deles.
O que sinto é não ter conseguido tirar meu pai de lá,como ele pediu.Ele disse à minha irmã que não gostaria de ir embora naquele lugar frio,repleto de desconhecidos,que gostaria de passar seus últimos momentos em casa.Ele foi embora triste e sozinho.Isso dói.
Tive a impressão que meu pai foi usado de cobaia,ele sofreu muito e não merecia.Os médicos argumentam que usam de todos os recursos para salvar o paciente.Mas se não há chance de cura,por que não se pensar em um tratamento mais humano e deixar a pessoa passar seus últimos momentos em paz,com a família?
Foi um desabafo.Nada trará meu pai de volta,mas certas coisas nos indignam...

                             by Adriana

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